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Farta do fato
de ser fulana
franzina e feia,
que foi que eu fiz?
Forçando a barra,
fazendo figa,
forjei um plano
pra ser feliz.

Fugindo, afoita,
da fina farpa
do meu fadário
frio e feroz,
finquei bandeira,
furei a fila,
entrei na festa,
cheguei à foz.

E fui ao fundo,
venci fronteiras
com toda fúria,
com tal fervor...
Fiz coisa feia,
fui mais que fera,
furtei o fruto,
feri a flor.

Mas, finalmente,
tua figura
freou-me a força
e eu refleti
que fora tudo
só fantasia,
fugaz delírio
meu frenesi.

Faróis tão fortes
teus olhos firmes
filtraram toda
minha aflição.
E tuas frases
esfacelaram
a minha frouxa
fascinação.

E frente a frente
com teu feitiço,
me fiz tão frágil,
tão infantil.
Fui um fracasso,
fui à falência,
falcão que a flecha
no ar feriu.

O faz-de-conta
me fez fantoche,
tendo por fardo
fitar o céu.
Na fronte a febre,
na alma a ferida,
na fronha o pranto,
na boca o fel.

E face a face
com meu futuro
só vejo à frente
fumaça e pó.
Findou-se a farsa,
fechou-se o pano,
foi-se a platéia,
fiquei tão só...